A travessia Lapinha Tabuleiro em Minas Gerais é considerada uma das caminhadas clássicas do Brasil. Eu a Marcela e nossa filha Gabi (com 4 meses e meio na época) fizemos esse trekking em junho de 2019, de forma independente sem uso de guias e vamos contar aqui tudo que aprendemos e como foi essa experiência em família.
A trilha começa no pequeno vilarejo de Lapinha da Serra, do município de Santana do Riacho, cruza parte da Serra do Espinhaço e termina na portaria do Parque Natural Municipal do Tabuleiro, dentro do Parque Estadual da Serra Geral do Intendente, no distrito de Tabuleiro no município de Conceição do Mato Dentro.
O grande atrativo da Travessia Lapinha Tabuleiro e também o “grand finale” é a Cachoeira do Tabuleiro, que é a mais alta de Minas Gerais e a terceira maior do Brasil, com 273 metros de queda.
Muitas pessoas confundem, mas essa travessia não fica no Parque Nacional da Serra do Cipó. Para explicar um pouco essa confusão, primeiro tenho que falar sobre a Serra do Espinhaço.
Serra do Espinhaço
A serra do Espinhaço é uma cadeia montanhosa com aproximadamente 1.000 km de extensão, considerada a “Cordilheira brasileira”, estendendo-se pelos estados de Minas Gerais e Bahia. Ela se divide em algumas partes como: Serra do Cipó, Chapada Diamantina, Serra dos Cristais, Serra de Ouro Branco, Serra Geral e etc. Então Parques Nacionais famosos como Serra do Cipó, Sempre Vivas e Chapada Diamantina estão na Cordilheira do Espinhaço.
Parque Estadual da Serra Geral do Intendente
Esse parque foi criado em 2007 para proteger a fauna, a flora, e as nascentes dos rios da região das terras altas da Serra do Espinhaço. Nele está a famosa Cachoeira do Tabuleiro. Mas essa cachoeira é administrada por outro parque dentro do parque, o Parque Natural Municipal do Tabuleiro. É cobrada uma taxa de R$10,00 para os visitantes.
Resumindo, temos a Cordilheira do Espinhaço que dentro dela tem o Parque estadual da Serra Geral do Intendente que dentro dele tem o Parque Natural Municipal do Tabuleiro.
Como chegar no início da trilha da Travessia Lapinha Tabuleiro e como voltar?
Se você estiver com carro próprio
O melhor esquema é contratar alguém para levar seu carro de Lapinha da Serra até o final da trilha na Portaria do Parque do Tabuleiro. É um esquema comum e a chave fica com o guarda parque. Alguns guias e agencias da Lapinha da Serra e do Tabuleiro fazem esse serviço. Eles (se forem da cidade de Tabuleiro), normalmente chegam pela trilha caminhando e voltam com o seu carro, então tem que combinar com pelo menos 2 dias de antecedência.
Indicação de quem faz esse serviço:
- Rafael, guia da Tabuleiro Eco Aventuras. Fomos super bem atendidos por ele. Cel. (31) 7110-3989
- Thomaz, guia da Lapinha que nos indicou o Rafael, já que ele não poderia no dia que estávamos lá. Cel. (31) 9896-8967
De ônibus
Se você for por Belo Horizonte, tem ônibus diários para a cidade de Santana do Riacho: empresa Saritur: às 7:30 e às 15:30. São 3h30 de viagem ao custo de R$20. De lá para Lapinha da Serra, são mais 11 km em estrada de terra bem ruinzinha que leva uns 30 minutos pelo menos. Não existem ônibus todos os dias e o melhor a se fazer é contratar em Santana do Riacho um transporte.
Para voltar do final da trilha, você pode pedir um UBER da portaria do parque (que pega celular) até Conceição do Mato Dentro (22 km em 45 minutos) e de lá pegar um Ônibus até BH. O UBER direto para BH sai por volta da R$250,00. São 164km e a viagem dura em média 2h40.
Que variação da Travessia Lapinha Tabuleiro fazer?
Contornando o Pico do Breu
- É mais fácil fisicamente e mais rápido.
- É o que a maioria das pessoas fazem.
- São +-38km em 3 dias normalmente.
- Nessa rota, o comum é ir direto no primeiro dia para pernoitar na Casa da Dona Maria e Seu Zé, no dia seguinte fazer a parte alta do Tabuleiro, dormir mais uma noite lá e no terceiro dia ir até o final da trilha e fazer a parte baixa. É uma ótima logística.
Subindo o Pico do Breu
- É ponto mais alto da Travessia com 1687 metros e o 10° mais alto da Serra do Espinhaço. Foi o que escolhemos.
- É mais puxado fisicamente, mas compensa muito pelo visual.
- Por essa rota é possível também subir o Pico da Lapinha no caminho. Para chegar no Pico do Breu a trilha exige uma pequena escalaminhada no final.
- São +-42km também percorridos em 3 dias (mas eu considero 4 dias o ideal para essa rota)
Quando ir para a Travessia Lapinha Tabuleiro?
A melhor época para fazer a Travessia Lapinha Tabuleiro é sem dúvida durante o inverno e período de seca de abril a outubro. Apesar de fazer frio durante a noite, a caminhada não será em um calor tão forte e é possível visitar a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro sem riscos de trombas d’água, além de cruzar rios com facilidade e não ter lama na trilha.
Qual a distância e duração da Travessia Lapinha Tabuleiro?
A distância média da travessia Lapinha Tabuleiro é de 42km, isso incluindo a trilha até a parte alta e baixa da Cachoeira do Tabuleiro. Mas as marcações de GPS variam muito entre 36km a 50km. Normalmente as pessoas fazem em 3 dias. Nós decidimos fazer em 4 dias para curtir sem muita pressa o trecho final. Com a Gabi, tudo fica mais demorado.
Navegação
A navegação não é fácil, existem sempre vários caminhos que se confundem e que foram feitos pelo gado, então é importante ter um GPS com a trilha já baixada e mesmo assim ter atenção.
Se você não tem experiência em fazer trilhas sozinho, vá com um guia que conheça bem os caminhos. Mesmo com o GPS é bem comum se perder.
- Marcação do Google maps indicada no site da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro (rota sem subir o Pico do Breu). Mapa com várias marcações de referencia.
- Minha marcação do App Wiklock (subindo o Breu e sem ir para a parte baixa da Cachoeira do Tabuleiro), mas nesse site existem várias outras marcações boas também, escolha que que estiver a rota que te interessa.
Alteração no trajeto original
Em abril de 2018 a administração do PE da Serra do Intendente, alterou o traçado original da trilha da Travessia Lapiha Tabuleiro como o intuito de conter a erosão na subida da Cascalheira. O trecho alterado é entre a Ana Benta e a Dona Ana.
Com isso o novo trajeto passa por mais uma opção de pernoite. O Ponto de Apoio do Chico Lage, às margens do Ribeirão do Campo, 5 km após a Ana Benta e 3 km antes de chegar na Dona Maria.
Foi criado também um ponto de apoio do Parque, mas apesar de ter um guarda parque sempre por lá (o sobrinho da Dona Ana Benta), o banheiro não funciona e não tem água para beber! Inacreditável.
Outro benefício é que a trilha cruza uma pequena mata, adicionando um pouco de sombra na travessia.
Lugares de pernoite durante a Travessia Lapinha Tabuleiro
Prainha
- A prainha é um local de parada, na beira do Rio Parauninha, ha +- 12km do início da trilha no primeiro dia, perfeito para banho e acampar.
- Foi um lugar muito usado pelas pessoas que faziam a travessia antigamente, mas atualmente não é mais permitido acampar por lá. É uma propriedade privada e devido alguns “campistas” sem respeito, o proprietário não permite mais tal prática.
Casa da Dona Ana Benta
- A Dona Ana Benta era uma senhora icônica da região, que morava sozinha isolada no meio da travessia. Ela faleceu há alguns anos, mas o seu sobrinho Lúcio está morando no mesmo lugar e continua recebendo os trilheiros.
- Pernoite R$50 e camping R$ 20 por pessoa.
- Telefone do Lúcio (31) 99129-0991
- Para quem faz a travessia Lapinha Tabuleiro pelo Pico do Breu, esse é o local recomendado para o pernoite do primeiro dia.
Chico Lage
- É uma ótima parada para se refrescar nos poços do Rio Ribeirão do Campo que cruza a trilha.
- É um local no meio de uma pequena mata com sombra.
- Eles servem almoço por R$20 por pessoa. Pernoite a R$90 por pessoa em quarto coletivo.
- Camping R$15 por pessoa.
- Telefone (31) 99652- 9156.
Casa da Dona Maria e Seu Zé
- Estrategicamente, é o melhor lugar de pernoite da travessia Lapinha Tabuleiro. Está em um local bem estratégico, à poucos metros do desvio que leva até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro.
- Existe banho quente
- Para quem for fazer a travessia contornando o Pico do Breu (e não subindo) a melhor logística é ficar as duas noites nesse local e assim esticar a caminhada no primeiro dia para18km.
- Eles construíram recentemente uma casa anexa só para receber os aventureiros com quartos coletivos e refeitório.
- É possível comprar refrigerante, cerveja e até gatorade.
- É cobrado de R$80,00-R$90,00 por pessoa com meia pensão (café da manha e jantar).
- Para quem vai acampar, existe uma aérea cercada com banheiros e chuveiro (frio) há uns 50 metros da casa. O Valor do camping é de R$10,00 por pessoa.
Sol, insetos e animais
- Toda a Travessia Lapinha Tabuleiro é muito exposta ao sol. Existem poucas partes com sombra de árvores e mata mais fechada, então vá protegido.
- Carrapatos são muito comuns, principalmente na época de seca.
- É comum ver cobras, então ande atento, pois normalmente ela ficam na trilha mesmo. Vimos 2 cobras durante a travessia, uma cobra Cipó e uma Jararaca.
Cobra Cipó Jararaca
Hospedagem na Lapinha da Serra
Apesar de ser uma vila pequena, existem muitas opções de hospedagem e para todos os bolsos e gostos. A Lapinha é um lugar charmosinho, no pé da Serra que vale a visita mesmo para quem quer apenas ficar descansando.
Ótimo preço, BB (Bom e barato)
- Pousada Brisa do Lago. Foi o lugar que ficamos. O dono Elmar é super atencioso e acolhedor. Cel. (31) 99550-6298 tel (31) 36831826 @pousadabrisadolago_suites_
Opções de alto padrão:
Dia a Dia da Travessia Lapinha Tabuleiro (subindo o Pico do Breu)
1° Dia – 24/06/19 | Lapinha – Pico do Breu – Prainha
- Distancia 12,12 km
- Subida acumulada 720 metros
- Duração 7h30hs
A caminhada da Travessia Lapinha Tabuleiro começa literalmente de qualquer lugar que você estiver hospedado em Lapinha da Serra. O vilarejo é minúsculo e é só andar em direção a ponte que cruza o Rio Lapinha e seguir a marcação da trilha pelo GPS.
Seguindo a trilha que vai pelo Pico da Lapinha e Pico do Breu, logo no começo existe uma portaria. Você passará por uma propriedade particular e é cobrada uma taxa de R$25,00 pelo proprietário.
Dica: Saia bem cedo, pois assim você pegará a sombra do morro na trilha e escapará do sol forte durante o trecho de subida inicial
Techo íngreme com erosão primeira parada para mamar
A trilha vai subindo acompanhando a encosta e sempre com uma vista linda para a Lagoa da Lapinha e para vila. No meio da subida paramos na sombra de uma pedra para amamentar a Gabi curtindo a vista e como saímos um pouco tarde da vila, o sol já estava forte sobre nós.
Seguindo mais um pouco, existe um ponto de apoio logo antes do Pico da Lapinha. Estava vazio e todo fechado, mas era bem estruturado com água, sombra e banheiros. Paramos nesse lugar para trocar a fralda da Gabi e encher os cantis, pois o próximo ponto de água seria somente no Rio Parauninha, depois de descer o Pico do Breu.
Decidimos não subir o Pico da Lapinha e seguir direto para o Breu pois estávamos com o tempo bem apertado e com risco de ter que caminhar à noite. Para variar com toda a confusão que são os preparativos para iniciar uma trilha com a Gabi, acabamos começando muito tarde.
Mai uma hora de caminhada fizemos outra parada para almoçar e amamentar. Um local lindo, um dos mais bonitos da travessia na minha opinião.
Pico do Breu
Próximo objetivo era subir o Pico Breu, andamos mais 1 hora pelo menos e começamos a subir a sua encosta. Nesse trecho, mesmo usando o GPS, o caminho exato para subir fica meio confuso, pois a precisão dele não é tão próxima, então é preciso atenção para não tentar subir por alguma trilha errada, pois pode ser perigoso. Não chega a ser uma escalaminhada, mas fica exposto, passar com mochila muito grande dificulta um pouco e a queda pode ser séria. Nessa hora eu deixei a Gabi com a Má e enquanto procurava o caminho correto e subia com as mochilas a Marcela aproveitou e amamentou a Gabi em um visual lindo.
Depois de subir com os mochilões e se certificar do caminho mais seguro, desci, peguei a Gabi e subimos juntos. Chegando no Pico do Breu, o tempo fechou, começou e ventar e ameaçar uma chuva. Para completar, a Gabi começou a chorar do nada! Já estávamos bem atrasados e não tínhamos muito tempo para parar, mas não teve jeito. Tive que descer a mochila das costas, tirar a Gabi do canguru e ver se a Marcela conseguia acalmá-la.
Ainda bem que no final das contas tudo deu certo, a Gabi logo dormiu (era sono) e a chuva não veio!
Pico do Breu à esquerda Cume do Pico do Breu
A descida do Breu é um zig-zag bem íngrime, longo e com bastante pedra solta. A trilha desce até o Rio Parauninha e depois acompanha a margem esquerda do rio até chegar na Prainha. O nosso plano era chegar pelo menos nesse lugar antes do pôr do sol, pois por motivo de segurança caso fosse preciso (apesar do proprietário não permitir mais acampar), lá seria um local seguro para nós e evitaria caminhar de noite com a Gabi.
Chegando na Prainha do Rio Parauninha
E foi o que aconteceu. Chegamos exatamente nos últimos raios solares, foi o tempo de montar a barraca, deixar a Gabi brincando na areia enquanto arrumávamos tudo e escureceu. Montamos acampamento bem na beira do rio, em um local longe da trilha que as vacas usam para beber água. Tomamos um banho de rio, fizemos uma jantinha no fogareiro e desmaiamos de sono.
PS. Agradeço o proprietário e aviso que não criamos nenhum impacto no local (pelo contrário, levamos com a gente um pouco de lixo que encontramos por lá). Estávamos sozinhos, usamos sabonete natural e biodegradável e montamos a barraca na areia para nem abafar a grama. Entendo a sua preocupação em preservar o local, pois vimos lixo e restos de fogueiras feitas por pessoas sem consciência. Espero que esse local, volte a ser um camping selvagem com um manejo adequado, pois é sem duvida o lugar mais especial para pernoitar de toda a travessia.
2° Dia – 25/06/19 | Prainha – Casa da Dona Maria
Acordamos cedo, fizemos nosso Café e partimos umas 10:00. Como sempre por mais que a gente acorde cedo, nunca conseguimos sair antes das 10:00! Quando está tudo pronto e colocamos a Gabi no canguru ela faz cocô e ai começa tudo de novo! kkkkk.
Esse já é o trecho em que a trilha foi remarcada, passando oficialmente por outro caminho, então fique atento com qual tracklog você está seguindo. Baixe algum atualizado.
Ponto de apoio do IEF (instituto estadual de florestas)
As primeiras horas de caminhada, até chegar no ponto de “apoio” do IEF (entre aspas pois de apoio não tem nada, não possui água), será sob muito sol na cabeça, então não faça como nós, saia cedo. Chegando no ponto de apoio, conhecemos o Lúcio, guarda-parque que fica de plantão nesse lugar e que também é o sobrinho da falecida Dona Ana Benta e que atualmente mora no local.
Aproveitando a parada, a Má resolveu amamentar a Gabi, sentando no chão com as costas apoiadas (o que é raro de conseguir durante as trilhas) na parede do banheiro (sem funcionamento), que formava uma sombra. Contemplando aquela cena linda que sempre gosto de ver, reparei um carrapato no braço dela! Como certeza subiu nela naquele momento!
Ela levantou rapidamente, demos uma geral nela e na Gabi e continuou amamentando de pé mesmo como sempre!
Casa do Chico Lage, Rio Ribeirão do Campo
Continuando a trilha entramos no único trecho de mata com sombra de toda a Travessia Lapinha Tabuleiro. São uns 45 minutos até descer para o Rio Ribeirão do Campo, próximo da casa do Chico Lage. Cumprimentamos as pessoas da casa, todos se encantaram com a Gabi e seguimos até o rio para comer nosso lanche e entrar um pouco na água.
Dai para frente, seria uma tacada só sem parar para a Casa da Dona Maria,. Passamos por um campo de pedras lindo, um pouco de sobe e desce, mais um rio (cheio de girinos, muitos mesmo) e chegamos. Fomos muito bem recebidos pelo Seu Zé, que deixou a gente acampar ao lado da casa e não na área de camping, uns 50 metros dali.
Montamos acampamento e demos um divertido banho quente de bacia na Gabi. Ela adorou! 🙂
3° Dia – 26/06/19 | Casa da Dona Maria para a Parte Alta da Cachoeira do Tabuleiro
- Distancia 10km
- Duração 5h40
Esse dia resolvemos, fazer um pouco diferente. Ao invés de subir para a parte alta, voltar para a Casa da Dona Maria, desmontar acampamento e continuar até o final da trilha, decidimos dormir mais uma noite lá. Assim, visitaríamos a parte alta da cachoeira sem pressa, curtido o rio com a Gabi e a caminhada seria de apenas 10km.
A dinâmica de fazer trilhas com bebês e crianças é um pouco diferente. É preciso ter mais tempo para imprevistos, parar mais durante a trilha e criar mais momentos sem muita correria. Fazendo assim, a experiência em família é incrível.
A caminhada começa com uma pequena subida e depois uma longa descida até o cânion do rio., ou seja, a ida é bem mais fácil do que a volta.
Cânion da parte alta da Cachoeira do Tabuleiro
Chegamos no leito do rio e começamos a andar pelas pedras, dentro do cânion, passando por algumas simples escalaminhadas. O objetivo era chegar até o local aonde o rio vira a cachoeira e ver a queda, lá de cima, da boca dela! Mas há uns 50 metros antes chegamos em um trecho em que era preciso fazer um movimento pulando em uma pedra, que eu avaliei que o risco de escorregar seria alto e decidimos não continuar.
Voltamos um pouco e escolhemos um local aonde o rio formava uma piscina natural com uma cachoeira, para curtir com a Gabi aquele momento. Foi maravilho, estávamos completamente sozinho, em um lugar especialmente lindo. A Gabi deitou na rocha, sentiu a sua textura e seu calor e depois ficamos com ela de bruços em um local em que a água corria pelo seu corpo. A sua curiosidade e alegria foi contagiante e fez valer a travessia toda para nós.
Na volta, tentamos pegar um pequeno desvio para ver a cachoeira de outro angulo, mas estava interditado, por risco de desabamentos. Existe uma placa sinalizando isso.
Vimos uma cobra Cipó no leito do rio e um jararaca no meio da trilha, já próximo da Dona Maria
4° Dia – 27/06/19 | Casa da Dona Maria para a Portaria do Parque Natural do Tabuleiro
- Distancia 6km
- Duração 2h40
O último dia da travessia Lapinha Tabuleiro! Esse foi um dia que é praticamente só descida. A caminhada foi bem tranquila, apesar do sol na cabeça o tempo todo. Passamos por lindos jardins de Sempre-Vivas, planta símbolo dessa região e finalmente avistamos a famosa Cachoeira do Tabuleiro.
Realmente ela é impressionante, mesmo sendo época de seca e com pouca água, é uma cena linda ver aquela enorme paredão com a cachoeira desaparecendo lá embaixo.
Chegando na entrada do parque e local que poderíamos fazer a caminhada até a parte baixa da cachoeira, decidimos que seria melhor finalizar por ai mesmo e descansar com a Gabi. Foi um trekking maravilhoso de 4 dias em família e provavelmente a Gabi se tornou a bebê mais nova a completar a Travessia Lapinha Tabuleiro.
O Guarda-Parque nos entregou a chave do carro, conforme organizado com o Rafael e seguimos viagem!!! Rumo a Chapada dos Veadeiros que contarei em um novo post!
Quer fazer a Travessia Lapinha Tabuleiro com uma criança também?
É uma experiência incrível para todos, tanto os adultos como para a criança, mas é importante ter alguns cuidados. Veja o post que fizemos sobre isso: 14 dicas importantes para saber antes de fazer trilhas com bebês