Remando de Paraty a São Sebastião sozinho em 6 dias

Há um bom tempo eu imaginava como seria incrível conhecer todas as praias, baías e costões rochosos do trecho da costa brasileira, remando de Paraty a São Sebastião (SP). Considero uma das regiões litorâneas mais linda do Brasil e o sonho era fazer isso de caiaque, sem motor, sem barulho, e na velocidade que me deixaria mais conectado com a natureza e com todos os detalhes do trajeto.

Como diversos outros sonhos e planos que tenho, deixei ele ali guardado e pronto para ser “acionado” no momento que tivesse que acontecer e esse momento foi na semana do natal de 2017.

Funciona mais ou menos assim: Nossa, que vontade de passar um tempo na natureza, de uma forma simples, sem a preocupação de ter que reservar pousadas e festa de final de ano, ter tempo para olhar para dentro de mim, seguir no meu ritmo, e deixar o acaso determinar as próximas horas… E pensei: “Claro, vou remar sozinho de Paraty até a Praia de Barequeçaba em São Sebastião” e isso foi decidido 3 dias antes de partir!

Desenhei uma “ideia” dos locais de paradas para dormir e estimativa de distância. A principio seriam 9 dias de remada com +- 200 quilômetros de distância. Organizei todos os equipamentos, comida e logística e parti para Paraty.

Roteiro da remada de Paraty até São Sebastião

Dia Zero – 22/12/2017 – Paraty

Sexta-feira desci para Barequeçaba (local aonde deixo o caiaque), preparei o resto dos equipamentos, coloquei o caiaque no teto do carro e junto com um amigo que mora lá, fomos para Paraty. Foi uma logística perfeita, ele voltaria dirigindo meu carro até Barê e quando eu chegasse remando de volta, já estaria tudo no esquema!

Em Paraty me hospedei na Pousada Villas de Paraty dos amigos Murilo e Léa. A Pousada tem uma cervejaria (Cervejaria Caborê) e fica de frente para o rio da cidade que deságua no mar, ou seja, o plano era chegar tomar uma cerveja dormir desmaiado e no dia seguinte cedinho colocar o caiaque no rio e já sair remando! E foi o que fiz rsss

1° Dia – 23/12/2017 | Paraty – Saco da Velha – Saco do Mamanguá

Mapa Remando de Paraty a São Sebastião
  • Distância: 20,2km
  • Tempo de remada: 3h03
  • Velocidade média: 6,6km/h

Depois de um café da manha monstro, comecei a preparar o caiaque. Impressionante como consegui fazer a mágica para caber tudo. Eu tinha uns 30-40kg de equipamentos e o caiaque pesa 22kg, então seriam pelo menos uns 55kg de peso na remada, tirando os meus 75kg. Uma bela carga. Não tinha ideia o que isso iria impactar e que ritmo de remada eu iria conseguir fazer, mas sabia que deveria manter sempre acima de 5,5km/h para não ficar eternamente no mar.

Com a ajuda de um dos funcionários da pousada, colocamos o barco no rio e às 10:00 comecei a expedição! Entrar no mar pelo rio já foi um belo começo!

O plano esse dia era remar até o Saco do Mamanguá, fazendo uma parada de descanso no Saco da Velha.

Saco Da Velha
Saco da Velha

Todo o percurso foi lindo! A baia de Paraty realmente é especial. O mar estava um espelho e consegui manter um média de velocidade boa. Fiz a primeira parada após 2hs e segui para a Praia do Cruzeiro, local que tinha planejado acampar. Chegando lá conversei com família caiçara que vive nessa praia e montei minha barraca no espaço de camping que eles mantém. Escolhi uma graminha fofa sob a sombra de uma árvore. Lugar simples e perfeito! 😉

Camping Praia do Cruzeiro
Camping Praia do Cruzeiro
Praia do Cruzeiro
Praia do Cruzeiro

Depois de tudo organizado, fui subir o Pico Pão de Açúcar para ver a vista do Saco Mamanguá, considerado o único fiorde no Brasil! Foi 1 hora de subida, mas que após 3hs de remada foi o suficiente para sofrer um pouco.

A vista de lá é incrível!! Valeu muito a pena e realmente é imperdível para quem visita a região.

Saco do Mamanguá
Saco do Mamanguá
Saco do Mamanguá
Vista Pico do Pão de Açúcar

Chegando novamente na praia, montei o fogareiro, preparei um strogonoff de frango (praticamente pronto, só colocar água fervendo) e comi sentado na areia contemplando o lugar.

Estava bem cansado, mas antes de desmaiar na barraca, fiquei alguns minutos conversando com a família de lá, aprendendo um pouco sobre o local, a pesca de camarão e imaginando como deveria ser a vida nesse paraíso.

2° Dia – 24/12/2017 | Saco do Mamanguá – Pouso da Cajaíba – Ponta da Joatinga – Praia Martim de Sá

Mapa Remando de Paraty para São Sebastião
  • Distância: 27km
  • Tempo de remada: 4h13
  • Velocidade média: 6,4km/h

Esse dia a princípio, o plano era remar direto até a Praia do Pouso da Cajaíba e lá decidir se tentaria cruzar a temida Ponta da Joatinga ou se dormiria ali mesmo.

Detalhe, era vespera de natal então era hora de usar o gorro do Noel! Sai da praia do Cruzeiro já no estilo! Ria sozinho com a cena…

Depois de umas 2:30hs cheguei na Cajaíba, comi uma lata de atum, castanhas, comprei água e após conversar com alguns pescadores sobre a condição do mar na virada da Joatinga, decidi que deveria aproveitar o mar favorável e já cruzar logo!

Descansei 30 minutos e segui por um longo trecho de costão sem opção de parada. A virada da Joatinga foi tensa mais pelo fato de eu estar sozinho e a expectativa de como seria do que travessia em si, que apesar de ter uma ondulação bem grande, foi até tranquila. Mas deu para imaginar o quão casca grossa deve ser isso em uma situação de mal tempo…

Cheguei em Martim de Sá bem cansado e atracar na praia precisou de um pouco mais de atenção (essa é uma praia com ondas e ótima para surfar por sinal!) e do jeito que o caiaque estava abarrotado de coisas, virar não era uma opção!

Praia Martim de Sá
Martim de Sá

Nessa praia vive uma pequena comunidade caiçara e tem uma área de camping bem ok, com sombra, banheiros e duchas (água fria, claro). Acho que tinham umas 10 pessoas acampadas lá e a maioria estava fazendo o trekking da Joatinga, que normalmente sai  da Praia do Sono e vai até a praia do Pouso da Cajaíba ou vice-versa. Esse é um trekking bem famoso.

Era véspera de Natal e eu gostaria de falar com a minha família. Celular nessa região só pega em locais bem altos (como no Pico Pão de Açúcar do dia anterior) e a única forma de conseguir sinal seria subir por mais ou menos 1h pela trilha que leva até o Pouso da Cajaíba até chegar na parte mais alta dela. Apesar do cansaço foi o que fiz.

Chegando lá falei com todos e tive uma notícia bem triste que me fez repensar todo o resto da expedição… entrei em um dilema de querer abortar a remada e voltar para São Paulo para dar um suporte para a minha mãe, mas por mais que eu conseguisse agilizar minha saída de lancha e deixar o caiaque por lá mesmo, eu não chegaria no tempo que era preciso.

Por tanto, minha decisão foi terminar a remada 3 dias antes do previsto para chegar em Barequeçaba no dia seguinte que todos da família estariam ali e assim conseguir passar mais tempo com eles. Para isso seria preciso remar praticamente o dobro por dia daqui para frente.

Voltando para o acampamento fiz minha “ceia de natal” e já fui deitar. Começou a chover bem forte e descobri que minha barraca estava entrando água! Seria uma noite molhada! Era uma barraca muito boa, mas que já tinha uns 10 anos e o tempo fez a impermeabilização ressecar e perder sua eficiência, ou seja, daqui para frente toda chuva que eu pegasse seria isso! Pqp, que vacilada não ter testado a barraca antes de sair!

3° Dia – 25/12/2017 | Praia Martim de Sá – Praia do Sono – Trindade

Mapa Remando de Paraty para São Sebastião
  • Distância: 24,5km
  • Tempo de remada: 4h10
  • Velocidade média: 5,9km/h

Acordei bem cedo, tomei uma ducha gelada, comi damasco e castanhas, preparei o caiaque, coloquei o gorro do Noel (afinal era Natal!) e comecei a remar. O plano era chegar em Trindade!

Mais um dia de remada linda, com bom tempo, mar calmo, sol… Cruzei com uns 3 barcos e todos davam saudações para o Papai Noel kkkkk

Parei na Praia do Sono para comer uma lata de atum, comprar água e descansar uns 40 minutos e segui para o mar novamente.

Ao chegar em Trindade decidi que essa noite iria ficar em alguma pousada, e ter uma noite boa para descansar bem e “seco”. Achei uma de frente para o mar aonde eu conseguia guardar o caiaque. Esse foi um dia de “civilização”. Almocei e jantei em restaurantes, não precisei usar o fogareiro, dormi em cama, tinha ar condicionado e banheiro no quarto! Um luxo! rssss Seria importante um boa noite de sono para encarar o dia seguinte.

Praia de Trindade
Praia de Trindade

4° Dia – 26/12/2017 | Trindade – Picinguaba – Ilha do Prumirim – Praia do Tenório

Mapa Remando de Paraty para São Sebastião
  • Distância: 45km
  • Tempo de remada: 7h40
  • Velocidade média: 5,9km/h

Esse foi o dia mais desgastante da expedição! Nos primeiros 200 metros, saindo da baia de Trindade, já percebi que o mar tinha mudado. No lugar de sol e mar liso, iria ter que lidar agora com muita chuva e mar bem agitado. Era um esforço tremendo manter a média de velocidade da remada acima de 5,5km/h e também desgastava bastante manter o caiaque firme e equilibrado no meio das ondas. Seria um longo trecho de costão rochoso pela frente sem opção de parada e as ondas batiam no paredão e voltavam deixando as condições para remar mais complicadas ainda.

Não existia um plano exato, eu apenas tentaria remar o máximo possível e iria decidir o local de pernoite conforme fosse avançando. Existia a possibilidade de dormir na Praia Domingos Dias e ficar essa noite na casa que o meu amigo Rodolfo tinha alugado, mas achava pouco provável acontecer isso pois tinha estimado 10hs de remada para chegar nessa praia!

A meta inicial era chegar em Picinguaba, que seria minha primeira parada para descanso. Cruzei a divisa dos estados RJ e SP (existe uma bóia no mar sinalizando) e cheguei lá depois de 3h15 de remada “bruta”. Estava agora em Ubatuba-SP. Não via a hora de entrar na baia de Picinguaba, que é uma região bem mais abrigada e com uma condição de remada bem melhor.

Comi um açaí e em 30 minutos já estava no mar novamente! Agora o objetivo era ir até a Ilha do Prumirim. Levei 2hs para chegar, deixei o caiaque na areia, e fiquei observando os diversos barcos parados cheios de turistas, enquanto comia uma lata de atum sentado em uma pedra.

Ilha do Prumirim
Ilha do Prumirim

Agora teria que começar a decidir e planejar a parada. Já estava ha mais de 5hs remando e cansado, claro. Ponderei duas possibilidades: Dormir em Itamambuca, que estava perto, mas hoje era um dia de mar bravo e descer nessa praia (que tem ótimas ondas) seria um stress. A outra seria cruzar toda a baia de Ubatuba, e avançar o máximo que eu conseguisse antes de anoitecer, para dormir na praia Domingos Dias com o Rodolfo, Bia e Bernardo. E foi o que fiz!

Sai da Ilha do Prumirim, apontei o caiaque para a Ponta Grossa (o final da Baia da cidade de Ubatuba) e remando firme parti. Após 1 hora já estava bem longe da costa e por alguns segundos, olhando a silhueta das montanhas, perdi completamente o senso de direção… Me dei conta que estava bemmm cansado. Parei de remar, joguei água na cara, comi castanhas, gel de carboidrato, bebi bastante água, fiquei uns 5 minutos parado ali dei um berro para dar uma pilhada e comecei a remar rssss.

Logo depois apareceram 2 gaivotas que ficavam dando rasantes do meu lado, e viraram minha companhia nos próximos 30 minutos, até “conversei” com elas rssss. No meio da travessia uma lancha parou do meu lado e perguntou se estava tudo bem e se eu queria que eles me puxassem. Eu respondi: “fiquem tranquilos é isso mesmo, estou aqui de propósito”  foi quando me dei conta mesmo que estava longe pra caramba da costa!

Enfim, depois de praticamente 8hs de remada e 45km cheguei na Praia do Tenório. Foi o máximo que deu para ir antes que escurecesse. Dia puxado! Deixei o caiaque amarrado junto com as cadeiras e guarda-sois de uma barraca de comida na praia mesmo, liguei para o Rodolfo e ele gentilmente foi me buscar lá!

mão com bolha na remada de Paraty até São Sebastião
Situação das mãos após 4 dias

5° Dia – 27/12/2017 | Praia do Tenório – Praia das Setes Fontes – Praia do Bonetinho – Ilha do Tamanduá (Caraguatatuba)

Mapa da remada de Paraty até São Sebastião
  • Distância: 36,5km
  • Tempo de remada: 6h00
  • Velocidade média: 6,1km/h

Cedinho meu amigo me levou para a Praia do Tenório e voltei para o mar. Hoje o plano era chegar em Caraguatatuba, mas não sabia ainda aonde iria dormir. Novamente iria decidir conforme fosse avançando. Eu queria na verdade uma praia deserta!

A primeira parada foi na Praia das Setes Fontes, que vive uma comunidade caiçara e só é acessível por trilha ou barco. Um pouco antes vi uma linda Arraia Mobula enorme passando bem rente ao barco na superfície! Esse tipo de encontro é umas coisas mais especiais de estar no mar.

Fiquei 15 minutos na praia e segui. A minha ideia era parar para comer na praia do Bonete de Ubatuba, que também é uma praia de acesso mais restrito. Isso, aliás, era uma premissa que tentei sempre que possível seguir: parar em locais menos visitados.

A partir do Bonete comecei a etapa mais difícil desse dia. Foi uma remada longa em mar agitado, com chuva e sem paradas. Cruzei a divisa de Caraguatatuba e percorri o trecho mais preservado do município. Uma paisagem bem bonita, com praias desertas e longos costões rochosos.

Ilha do Tamanduá

Depois de 6hs de remada cheguei na Ilha do Tamanduá. A parte de dentro da ilha ficava abrigada do vendo e das ondulações e na hora percebi que ali seria o lugar perfeito para acampar! Era o tipo de noite que eu queria! Parei em uma prainha linda e aparentemente deserta, mas vi um um senhor arrumando uma rede pesca.

Me aproximei e perguntei se ele morava lá e se eu poderia acampar essa noite, pois eu estava remando de Paraty a São Sebastião e amanha seria o ultimo dia . Ele foi super gentil, disse que vezes as pessoas acampam na praia e ele cobra um pequeno valor, mas que eu não precisava pagar nada. Me mostrou o lugar ideal para montar as coisas e um “chuveiro” adaptado em uma árvore com uma mangueira que ele puxa de uma nascente na ilha. Mais que perfeito!

Ele já está ali há 35 anos! Seu pai se mudou da Ilha de Búzios (uma pequena ilha atras da Ilha Bela) nessa época e construiu uma pequena casinha ali. Ele mantém uma pequena plantação de subsistência, pesca Tainha todas as noites, tem uma canoa a remo e conhece como ninguém o mar por ali. Todos os dias no final da tarde ele fica sentado em uma rocha alta prestando atenção no mar para identificar o movimento dos peixes e escolher o melhor local para jogar a rede durante a noite.

Ilha do Tamanduá
Chuveiro!
Ilha do Tamanduá

Na nossa conversa, contei que iria cruzar os 20km da baia de Caraguatatuba com direção a São Sebastião. Era um trecho que estava me deixando apreensivo pois ficaria bemmmm longe da costa, sem possibilidade de parada, poderia ventar muito e seria uma puxada longa.

Ele me deu várias dicas super importantes sobre a travessia. Me disse para sair antes das 7:00 que o mar estaria bom e sem muito vento e para eu mirar o barco na ponta da Praia das Cigarras que seria uns 4km mais longo, mas se um cruzasse para Ilhabela poderia correr o risco da corrente vinda do canal me jogar para fora e seria um belo perrengue depois. Me senti bem mais seguro com essas informações.

Organizei o acampamento, preparei o jantar esquema “ogro” (Menu: arroz, feijão, carne de soja, purê de batata rsss) e comi sentado no canto da praia apreciando o por do sol e tentando reparar no tal movimento dos peixes que ele disse! 😉

Ilha do Tamanduá

6° Dia – 28/12/2017 | Ilha do Tamaduá – Praia das Cigarras – Praia de Barequeçaba (FIM)

Mapa Remando de Paraty para São Sebastião
  • Distância: 33km
  • Tempo de remada: 5h00
  • Velocidade média: 6,7km/h

Acordei as 5:40, desmontei o acampamento, preparei tudo e parti! O mar estava bem liso e sem vento mesmo. Apontei o caiaque em direção a ponta de São Sebastião e comecei a remar bem forte! Queria aproveitar o máximo que desse essa condição favorável da manha, mas após 1 hora de remada começou a chover, nublou e não dava mais para ver as montanhas que serviam para me guiar visualmente, então foi preciso usar a bússola que eu colei na noite anterior no caiaque, já sabendo que isso poderia acontecer!

30 minutos mais tarde entrou o famoso vento do canal. Por sorte ele estava me pegando meio de diagonal e apesar de deixar o mar picado e difícil de equilibrar, ele me empurrava um pouco. E assim segui! Olho na bússola, surfando um pouco as ondas e remando forte para atravessar logo e não ficar bobeando por lá.

3:15h depois cheguei na Praia das Cigarras em São Sebastião! O pior passou! Já me sentia em casa e daqui para frente seriam mais umas 2 horas de remada e em um local que eu conhecia muito bem.

Sentei em um guarda sol de um quiosque de comida para me proteger um pouco da chuva e descansar. Comi um pastel, um pote de açaí e um guaraná kkkkk e voltei para o mar para a etapa final!

Remando de Paraty para São Sebastião

Entrando no Canal de São sebastião o vento parou e fui remando firme até chegar! Foi bem emocionante entrar na baia de Barequeçaba remando depois de 6 dias no mar. O final tinha que ser lá, o lugar em que praticamente cresci e que me fez ter essa paixão pelo oceano que tenho hoje. Tinha conseguido adiantar 3 dias na expedição e estar com a minha família sem precisar cancelar a remada.

Chegando da remada na Praia de Barequeçaba

Leia também sobre a remada de circum-navegando-navegação que fiz na Ilhabela, também em um Surfski e sozinho: VOLTA DA ILHABELA REMANDO UM SURFSKI, SOZINHO EM 3 DIAS

Os preparativos para ir remando de Paraty a São Sebastião

Equipamentos

  • Barraca
  • isolante
  • head lamp
  • bússola
  • isqueiro para fazer fogo
  • canivete
  • bateria para carregar os eletrônicos
  • relógio Garmin para medir as distâncias
  • óculos
  • toalha seca-rápido
  • celular e GoPro.

Roupas

  • 1 camiseta de manga curta e 1 de manga comprida para remar
  • 2 camisetas de algodão
  • 2 bermudas
  • 2 sungas
  • 5 cuecas
  • 1 boné
  • 1 viseira
  • 1 gorro de papai Noel! rssss Afinal era época de Natal! rssss

Higiene pessoal

  • Mini pote de shampoo bio degradável
  • Mini pasta de dente/escova,
  • Mini desodorante, 1 sabonete bio degradável
  • 1 rolo de papel higiênico
  • 1 pacote de lenços humedecidos.

Comidas

  • Fogareiro
  • Panela e utensílios de cozinha
  • 6 latas de atum
  • 9 packs de comida pronta desidratada
  • 1 saco de amêndoas
  • 1 saco de damasco seco
  • 7 latas de salada de atum pronta
  • Gel de carboidrato e goma de carboidrato.

Barco

  • Surfski Epic V7
  • 2 pares de remos de carbono (1 de reserva)
  • 1 colete salva-vidas e leash para o caiaque
  • Tudo isso eu coloquei, parte em um saco estanque de 30L preso no lado de fora do caiaque e o restante dentro do compartimento de carga na popa.
Equipamentos para a Remada

Foi muito puxado fisicamente e mentalmente, ao longo dos 6 dias remando de Paraty a São Sebastião sozinho por 200km, vivi um pequeno resumo concentrado do que é a vida: acasos, imprevistos, medos, decisões difíceis, auto-conhecimento, alegria e tristeza extrema, fome, frio, conforto e desconforto. Tomei muita chuva e muito sol, fiquei horas e horas sozinho, mas estive 100% presente quando estava com alguém e nada aconteceu como eu tinha imaginado. Ou seja, tudo imperfeitamente lindo como deveria ser!

9 thoughts on “Remando de Paraty a São Sebastião sozinho em 6 dias

  1. Adorei!!!
    Tenho uma profunda admiração por esse doido que decide as coisas assim, deixa todos a sua volta apreensivos, mas que sempre conclui com excelência o que se propõe a fazer. Ler esse texto trouxe um pouco da sensação do que foi essa experiência para você e me deixou muito emocionada. Parabéns e obrigada por compartilhar conosco a sua história 🙂

  2. Bacana você ter compartilhado essa experiência. Deu ate uma coceira e ja estou pensando em comprar um surfski. Pergunto se você ja remou um v8 e qual recomendaria, v8 ou o v7.

  3. Oi Fernando! Valeu! Então, eu nunca remei um V8, mas o meu ponto é o seguinte. Para remadas curtas e curtir mais a velocidade e tal o V8 é bem melhor, mas para usar como um surfski de expedição (vale lembrar que não é muito comum dar esse tipo de uso para um surfski) prefiro o V7, pois ele tem compartimento para levar tralhas, é de plástico roto-moldado (que apesar de ser mais pesado, é fica meio indestrutível) e assim posso puxar na areia sem dó, raspar e tal. Ele também é um pouco mais estável que o V8

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